A inflação erode o valor do dinheiro! Na conjuntura atual de inflação elevada e possível recessão futura são muitos os que se perguntam o que fazer com as poupanças e em particular com o dinheiro parado.
Existem vários produtos disponíveis. Não obstante, é importante pensar no investimento como um processo contínuo da gestão financeira de cada um.

O processo de investimento
Investir tem de ser um processo contínuo e baseado numa visão de longo-prazo. Este planeamento pode ser feito para grandes compras futuras, como comprar a própria casa, ou de poupança para ter estabilidade financeira durante a reforma.
Adicionalmente cada um deve definir qual a sua expectativa de consumo futuro e qual o nível de risco que está disposto a tomar por forma a atingir esse objetivo.
Esta visão de longo-prazo e o perfil de risco permitem reduzir o leque de produtos que podem integrar o portfolio de cada um e servem como bússola para não tomar decisões pouco ponderadas.
Investir em períodos de inflação
Investir pontualmente em períodos de inflação elevada é uma estratégia oportunista de curto-prazo a qual pode vir a produzir resultados negativos no longo-prazo.

Assim sendo, é necessário manter a bússola alinhada e ter uma expectativa em relação à inflação futura antes de selecionar em que produtos investir:
Obrigações do tesouro indexadas ao índice de preços do consumidor (i.e. IPC)
Estas Obrigações dispõem de um cupão que é atualizado regularmente de acordo com o IPC, oferecendo bastante proteção contra a inflação e um nível de risco baixo, dependendo do país. Contudo, quando a inflação é mais baixa ou negativa o valor do cupão diminui, podendo traduzir-se num rendimento médio menor.
Depósitos a prazo
Os Depósitos a prazo podem ser uma opção quando as taxas de juro são atualizadas regularmente. Este instrumento é particularmente útil quando as expectativas da inflação futura ainda não estão claras, devendo ser posteriormente substituídos por produtos mais alinhados com a estratégia de longo-prazo.
Ações
Ações de empresas que podem repassar a inflação diretamente para os consumidores, por exemplo de retalho, não perdem tanto valor durante períodos de elevada inflação. Contudo é necessário conhecer a empresa em detalhe e saber calcular o preço-justo das ações.
Fundos de investimento
Existem fundos de investimento especializados em proteção contra a inflação. Os mesmos tendem a investir em obrigações do tesouro indexadas ao IPC e em Commodities, e.g. Petróleo. O Investimento em fundos requer uma avaliação muito detalhada do fundo e do seu sucesso passado.
Imobiliário
O Imobiliário apresenta bastante resiliência em períodos de inflação porque as rendas podem ser atualizadas. Recentemente os preços do imobiliário tiveram subidas elevadas, sendo assim prudente aguardar por possíveis ajustamentos de preço em caso de recessão.
Para quem não consegue adquirir um imóvel sem financiamento pode ser uma opção investir em Fundos de imobiliário.
O veredito final
O investimento deve ser sempre feito de forma consciente, numa visão de longo-prazo e tendo em conta o perfil de risco de cada um. Existem vários produtos que permitem colmatar os efeitos da inflação, como por exemplo Depósitos a prazo, de menor risco, e as Ações e Fundos, com risco mais elevado. Estas opções devem ser sempre ponderadas com o resto do portfólio e nunca como investimento de curto-prazo, oportunista e pontual.